terça-feira, fevereiro 27, 2007

Fumar pelos tempos idos que nunca foram


Mergulhei no meu reflexo como que entrando para um mundo meu.
Vejo o rosto triste da humanidade, caminhando em rotinas, circulando os ditosos ponteiros do relógio.
Que Máscaras tristes, conformadas, como se a morte fosse viva e vida disfarçada.
Apeteceu-me mandar toda a gente á merda, como fazia todas as noites o genial génio de Cezariny.
Sombras de fumo denso deixam ver quem passa: Vejo o Santa Rita Pintor possuído de loucura, a trazer novas de pensamento livre e esclarecido; cumprimento de longe o Fernando Pessoa que hoje decidiu ser Álvaro de Campos para passar despercebido; passou por mim o Eugénio de Andrade e a sua bóina de Poesia; a correr andava o Sá Carneiro a tentar encontrar o melhor local para terminar com a sua homossexualidade provocadora e avançada.
Por momentos, o café era forrado de papel e caneta, e o Whisky batia contra as pedras de gelo, cantando poemas ao som de um cachimbo de ópio.
Ah La Vie Bohème!
Felicidade alcançada no sonho, na surrealidade. Seria fantástico adormecer a vida inteira para viver uma amizade que nunca existiu entre Carlos da Maia e o Breton de Paris!
Mais um cigarro. Um cigarro que nunca termina.
O passado que já foi mas que Não!
( photo by : Robert Mapplethorpe )

Alice para adultos

Devo dizer que a Alice quando passou o espelho rumo ao país das maravilhas estava drogada. Para além de drogada era um homem que queria ser mulher. desmistifica-se o conto infantil. Afinal uma história louca de perversão.
Bola Vermelha já!
Quando o semáforo permitir passagem, que o verde seja absinto, e a lagarta em vez de fumar um charro, que se embebede ao som das cores que cheiram em linhas de branco imaculado, qual aparição da virgem Maria...
Aspiração diría!