terça-feira, julho 25, 2006

Frederico Nietzsche

Nietzsche...
Frederico matou Deus... "Deus está morto..."

mas Frederico esqueceu-se duma coisa...
Que no dia em que Frederico Matou Deus... acabou por celebrar o seu Nascimento.
Quando pensamos em algo... imediatamente ele passa a existir...

e Frederico não contou com isso...
inverteu contra a sua vontade as leis da vida...
contrariou contra a sua vontade toda a sua teoria...

Frederico ao matar Deus... realizou o Parto mais discutido da História da humanidade!

um ciclo ciclico circular...

Quero pensar, perceber porque existe esta mania de tentar pensar e perceber o que pode ser tao pensado e percebido numa tamanha percepção perceptivel de quem acaba por nao pensar pensativamente que o pensado pode passar pelo imperceptivel de não se pensar!

Entro nesta merda...
não saio dela...

Vou continuar a pensar e perceber ou a pensar que posso pensar no que se percebe... uma luta infinita no impossivel do possivel...

conclusão: sou portador daquela esquisofrenia própria de quem pensa e percebe o que pensa que mais ninguem consegue perceber...

Um ser humano igual a tantos outros...
Ser pensante, perceptível... mas inutil!

domingo, julho 23, 2006

AMORIZADE

O amor tem histórias que não se explicam...
evoluções que não se esperam...
cumplicidades que desejamos sempre...
Formas diversas e únicas... que conseguem fazer dele aquilo que ele é...
Amor...
palavra tao reduzida para o infinito que acolhe...

Estás na minha vida para te amar...
estou na tua vida para me amares...
amo-te e te amarei sempre...

Evolução...

Tudo evolui...

O nosso amor cresceu...
e fizemos, fazemos e faremos dele a melhor amizade...
akela amorizade...
própria de quem ama!

Eu e tu... sempre!

Encontrei o meu Norte

Sinto os teus beijos...
doces... possuídos de alguma timidez...
timidez própria de quem se guardou para mim... numa vontade absurda e perfeita!

Preciso de te ver... de te tocar... de te sentir a tempo inteiro como um relógio que não pára e me consome em plenitude...
uma asfixía saudavel
uma asfixía onde se respira melhor e mais intenso...

Quero estar contigo...
quero deitar-te e fazer-te sonhar como eu sonho,
acordar do teu lado
sentir o bater do teu coração...
um bater rápido e excitado que me leva aos céus...

Em mim o norte perdeu-se
em ti me desnorteei
em nós... sinto k no desnortear das paixoes encontrei o meu norte...
e o meu norte...
sim...
És Tu!

quinta-feira, julho 13, 2006

Quem és?

Jamais na minha vida vou amar alguem como te amo...
outro... sou outro depois de te conhecer...
sinto que nada mais faz sentido senão amar-te incansadamente...
é tempo de viver agitado no que sinto.

Altivo apareces em aparências
unido estou a ti... como uma medusa que agarra e suga...
gostar saboreando todo esse teu corpo que me aquece...
untando a mim todo esse suor que me incendeia
sempre...
Tantas vezes no espaço e no tempo do sempre
outros tantos beijos de fogo surgem e me invadem...

Corpo, alma... o todo...
amo senti-lo até e apenas no toque
rebolar em extase constante
vendo e sentindo o pleno do plano não planeado do inseguro de te
amar...
Lingua suave em encarnado espírito
harpas descem dos céus...
o inferno do pecado chama por nós...

Dava tudo para te ter comigo...
Antes do dia acordar... e da noite adormecer...

Fusão de corpos
órgias de sentimentos...
Nuvens que passam depressa...
sem medos de viver no intenso... imenso
Enredo de realidades não perceptiveis ao ser pensante...
Cada dia quero que sejas
a pessoa que tem o nome de todo este poema...

Sem palas

Subi a um Monte...
Alguem me chamou até lá...
Quando cheguei ao topo não estava ninguem...

Desci o Monte...
Ninguem me chamou até la...
Quando cheguei ao fim não estava ninguem...

Senti-me só
senti-me sózinho...
senti que o mundo tinha acabado...
e que a minha vida foi toda... um subir e descer em escalada continuada e ridícula...

Não sabia, ninguem me ensinou...
que deveria ter olhado para os lados...
porque viver... na vida simples e perfeita...
é sem palas hierárquicas...

a pirâmide caiu do sonho...
eu caí do cume do Monte...
mas foi caindo que consegui ver em volta...

e lá estavam todos á minha espera...
aquelas vozes de alguém e de ninguém que me invadiam os ouvidos e o coração... transformando-se a todo o momento em vozes imaginárias...

estava tudo lá...
á espera... e na esperança...
que eu pudesse morrer para nascer...
e perder para me encontrar...

Ao correr da respiração...

Gostava, por momentos, de parar de pensar...
Sinto os braços pesados de todas as correntes que arrasto na vida...
quero rasgar a roupa
quero que tudo arda
quero e não quero, mas é não querendo que continuo a querer... indecisões!

O que é a vida , senão um mar de ondas encapeladas,
de correntes e contra-correntes agitadas
de vermelhos de fogo e laranjas de sol...
o que é a vida... se nao esses momentos, esses gomos de respiração acelarada, que nos entra sangue dentro... numa corrida que não acaba...

Não acaba?

que ilusão...

A vida pode acabar mesmo que respirando...
a respiração pode ser morta mesmo que acelarada...
e caio neste absurdo real ou neste real absurdo
de absurda ou realmente acreditar no que estou a escrever...

sinceramente...
ja não sei o que escrevo...
afastei-me do que queria dizer... ou possivelmente não me terei afastado...
apenas segui o correr do pensamento
que vai abrindo janelas a todo o momento...

e volto ao início...
gostava de, por momentos, parar de pensar...
é tão fascinante acreditarmos no impossivel...
e a vida está aí mesmo...

nesses espaços em que acreditamos poder fazer algo que realmente não podemos... ou podemos?

voltei...
ao absurdo...
e, por isso... ao real...

não saio deste circulo grande ...
mas ainda bem...

o sangue continua acelarado... e faço por viver...
não morro...
direi...
que nao morrerei...
na vida que se mascara de morte em carnavais diários...

terça-feira, julho 11, 2006

A lua cantou...

A noite continua alta...
Fumo um charro por entre a luz da lua...
O fumo vai-se perdendo numa corrida aos céus...
E a lua vem até mim de braços abertos...
Vem para me alcançar, me abraçar, me envolver...

A lua chegou...
Falou comigo e cantou.me cantigas de embalar...

Quando adormeci...
O sol ja raiava... e a lua...
A lua ainda respirava ao meu ouvido...
Akele sussurrar de quem se despede...
Mas que promete voltar...

Até amanha...
Vou sonhar em sonhos de luar...

Carta para ti...

Escrevo para ti...
Escrevo porque é a minha maneira de pintar um quadro sem ser pintor... mas por ser amante!

Ser amante do Amor...
pintar... escrevendo todo aquele suor, todo aquele sorriso constante, todo aquele brilho nos olhos que rompe do meu mais profundo sentimento...

Sentir todo o oceano de indecisões, de sonhos com nuvens e nevoeiros, de sonhos com luzes que preenchem a alma...

Sinto saudades de te ter em mim, de nos termos um ao outro... de sermos um só em fusão imperfeita de perfeição...

Sei que não me podes amar mais do que eu a ti... mas fico feliz por ser alguem tão especial no teu mundo... nesse mundo onde choras e ris... nesse mundo que é o teu coração!

Sonho com uma vida feliz...
Mas muitas vezes esqueço.me que a felicidade são aqueles momentos que vou vivendo do teu lado...
E em vez disso... sonho com uma imagem perfeita... algo que não evolui...
Porque o verdadeiro amor está na incompletude que se vai completando sem nunca se completar durante a caminhada no mundo dos vivos...

E reparo... que o Amor que sinto por ti vai para além daquilo que sonho...
vai além duma vida estável...
Esse amor cresce nos momentos de dúvida...
Nesses espaços que vão clareando o caminho com uma cegueira que dá nó no estômago!

Agora sinto a tua falta...
Não a falta do teu Amor
Mas a falta da tua presença!
Isso são Saudades...

daqui a pouco vou-me deitar...
vou sonhar...
e quando acordar vou-te ter do meu lado...
a abraçar-me como sabes...
como eu sei...
como queremos!

Mascara que sou

Andas pela calçada, de cabeça baixa, num mundo de ditaduras emotivas... onde o amor é cativo da sua própria liberdade...
Andas pela rua, em busca do mar, de ver ondas agitar em correntes e contra-correntes que correm livres em natureza...
Andas sozinho, andas no meio de uma multidão de 1000 pessoas e sentes.te só!

De repente páras...
Encontras um espelho no meio de uma rua escura...
E reparas que és apenas uma máscara de ti próprio, uma máscara branca...
E reparas que seguras nas mãos um guião duma peça que não é a tua, onde o papel principal é delegado para segundo plano... e tu constróis uma personagem figurante!

Olhas para o fim da rua...
E desenhas todas as tuas fotografias de tudo o que foste não sendo!
E pintas todas as aguarelas de nevoeiro que foste não sendo!

No fim da rua existe um clarão...
Nesse fogo está a sociedade de que foges, aquela sociedade que te maltrata por não te respeitar, aquela sociedade que temes a tempo inteiro, não por vergonha, mas por motivos!

Caminhas em direcção á luz...
Não tens de gritar em desabafo público aquilo que sentes...
Apenas tens de sonhar que podes sentir o que és... viver essa realidade...

No fim da rua...
A máscara caiu
e foste tu...
e tao simplesmente...
SOU EU!

Adeus que já vou tarde!

O tempo passa e tudo parece ser insuficiente para o fazer parar.
O tempo não pára e cada vez mais longe parece estar.
Se eu pudesse agarrar aquele insuportável ponteiro dos segundos, a vida seria tão mais fácil...
Por outro lado, tão mais monótona...
Mas o que eu queria hoje, era mesmo parar o tempo, fazer com que parando o presente, remediasse o passado, para facilmente fazer o futuro!

Que ilusão!
Vou voltar á vida real, onde aí o tempo nao pára...
ADEUS, que já vou tarde!

Caso GISBERTA

Porto, 19 de Fevereiro de 2006... Gisberta Salce Júnior foi brutalmente assassinada por um grupo de 14 jovens entre os 12 e os 16 anos.

Aparentemente será mais uma notícia de primeira página que cairá no esquecimento das pessoas desinteressadas por um Mundo melhor. Se não o for ficarei radiante de esperança!

Gisberta era uma transsexual brasileira que vivia nas ruas da cidade do Porto, onde se prostituia, e onde se encontrou de frente com a violência da toxicodependência, com a crueldade da Tuberculose e com o agonizante facto de ser seropositiva.

Os assassinos são Crianças de Risco, entre os 12 e os 16 anos, que são acolhidos nas oficinas de São José, uma instituição de apoio a menores do Porto.

Gisberta passava as noites, num armazém inacabado no campo 24 de agosto no Porto... e foi nesse preciso local que foi cometido um homicídio brutal, cruel, onde a dignidade da pessoa humana foi reduzida a pó, cinza e nada...
O grupo dos adolescentes, aproveitando a debilidade da vítima, espancaram-na, pontapearam-na, despiram-na, introduziram-lhe paus no ânus, numa tela de violência sem limites, numa autêntica profanação da dignidade e do respeito... e não se contentando com o desespero de um ser indefeso e violentamente violado, ainda tiveram o sangue frio de atirar Gisberta para um poço com mais de 10 metros... onde morreu com a dignidade própria do inexistente!

Este hediondo e odioso crime revela-nos dois problemas entrecruzados: O problema do aumento do crime e dos criminosos; e o problema da ausência de respeito por tudo o que possa ser diferente do comum! O respeito é o valor humano mais esquecido desde que o próprio ser-humano foi Criado... se analisarmos, ou até só pensarmos um pouco, dividindo a história do Mundo em épocas, não consigo encontrar uma data que me indique o respeito como valor de primeiro lugar...

Relativamente ao aumento do crime e de criminosos adolescentes, deve-se ao facto de existir no mundo inteiro uma crise de valores brutal, que nos leva a recuar ao sistema da vendetta, da vingança privada, do "olho por olho, dente por dente", onde o poder do mais forte prevalece sob o poder do mais fraco, sendo que este último é reduzido á nulidade! Afinal não evoluimos muito... continuamos a rebolar num circulo cíclico, onde a história se repete ou não sai do sítio! Podem dizer, que a vida é dura, que existem motivos que desculpam acções e despenalizam condutas... mas esse argumento cai por terra, se o ser humano tiver consciência do RESPEITO, nem que não o sigam... mas se tiverem consciência dele, não há desculpa alguma para o crime!

Gisberta era transsexual e, por isso, diferente do conceito social do comum. O transfobismo é um preconceito social tão grave como o racismo, xenofobia, homofobia e outra qualquer fobia... frutos de desrespeito pela Pessoa contra a Pessoa! E Gisberta foi morta porque era diferente, porque a crueldade do ser humano sem respeito não consentiu que ela tivesse direito á vida, quais tribunais da santa inquisição, quais chaminés nazis a fumegar...

Assusto-me com o futuro!

E no meio desta quase profecia da desgraça, pinto uma tela no meu imaginário: O ser humano em clima de guerra constante, tudo a volta destruído, cadáveres a federem no chão, a apodrecerem ao relento como trapos velhos e usados... vejo máquinas a destruirem a sensibilidade humana, a reduzirem a acção humana a zero... e por fim vejo um deserto de negro, onde um nevoeiro ácido vai corroendo todos até ao FIM!
NOSTRADAMUS? não!
Apenas uma metáfora que simboliza a ausência do respeito, e que na absurda realidade, se transforma... nisso mesmo... na realidade próxima...

Apesar disto ainda consigo sonhar com um mundo melhor... e mesmo antes de acordar, penso que se acordar... que seja com o respeito ao meu lado!

Ahh os Poetas...

Ser Poeta é ter a regra de regras não ter...
pensar mais além não saindo de onde se está...
é correr estando parado por vales surrealistas, onde a ciência morre sob o efeito de um charro a queimar lentamente...
O melhor de tudo isto...
O Poeta não percebe que tudo se revela imaginário, sente na realidade que o real não passa de absurdo, e que o absurdo será toda a vida do absurdamente real...
E entra na Poética esquisofrenia de acreditar no que diz...
Deviamos ser todos Poetas...
Mas se o fossemos, não o seriamos nunca... nunca mais!