quarta-feira, setembro 13, 2006

O mundo

Estás na expectativa que uma magia te surpreenda com o que escrevo... Esperas sentado por algo que te fascine nas linhas que se seguem...
Ilusão! Fascina-te apenas com o que se passa na rua, saboreia o cancro que absorve a humanidade, que transforma os homens em sacos de aborto, em doenças que cegam num branco altivo, frio e amargo. Absorve todos os que vagueiam... prostitutas, vadíos, proxenetas, poetas, fadistas, cornudos e malabaristas, e os que comandam como generais egoistas... o patrão que come a criada, o fedor que respira o próprio ar numa sede de matar todo o próximo que se avizinha. Será este o nosso mundo? Aquele que deu á poesia o lugar do realismo seco e cruel? O nosso mundo será aquele mundo dos sonhos, sonhos impostos por uma cultura que nos dá leite e mel como presente de funerais? ou será o mundo do purgatório? dos juizos humanos e divinos... Não há direito de o mundo nos ser imposto sobre uma forma ou outras que foram já teorizadas. O mundo gostaria que fosse apenas isso mesmo... o mundo!

1 comentário:

Beno disse...

O mundo é uma parte de ti. Um pé mais firme e preso ao solo, uma mão mais quente e protectora. Dependes dele como ele de ti.
O mundo é como uma raiz que nos prende ao chão e é criado por todos os sonhos que se conseguem desprender de nós.
O mundo é tão mau quanto bom: tem sorrisos e abraços, passeios e gargalhadas num café; tem choros e perdas, guerras e golpes bem profundos.
O mundo é um filme sem cortes nem ensaios, onde todos têm oportunidade de provar o que valem, sem sequer afinar a voz.