quarta-feira, novembro 22, 2006

Ri-te Palhaço

Que tristeza tão grande é capaz de suportar uma gargalhada?

O Palhaço levantou-se da cadeira e começou a andar depois parou depois andou depois parou e andou ou andava parado ou parando e parado andava como que caminhando com desgosto para falsear uma gargalhada que roubava outras gargalhadas que pagavam para o ver rir chorando ou tão somente chorar a rir para não chorar diante de gargalhadas que riam sem saber que lágrimas de uma dor imensa gotejavam em cascata por entre as pedras moles da sua alma.

Entretanto o Palhaço parou diante do espelho e viu um rio um mar um rio com ondas e um mar de água doce... e soltou uma grande gargalhada... a gargalhada ecoou tão alto de tal maneira que o rio agitado secou e o mar parado cresceu

O Palhaço morreu e o seu publico Chorou... mas chorou porque pagou a gargalhada porque no dia seguinte ninguém se lembrou das gargalhadas das pedras moles que choravam do saltimbanco que parado andava e que andando parava

Ri-te Palhaço
Ri.te agora que nasceste!

1 comentário:

culpa in abstracto disse...

a tua sensibilidade poética deixa-me boaquiaberta de orgulho.

nao pares nunca esta insaciavel dor de escrever sobre palavras.