segunda-feira, janeiro 08, 2007

O Triúnfo do Inferno

Lágrimas que se derramam ao pegar em ti ao colo. Aquele a quem dei vida foi primeiro que eu juntar-se aos que já cá não estão. Meu amor, como dói ficar sem ti, como magoa em vez do abraço, ter que carregar o teu corpo sem vida ao colo, levar-te até à cova que te vai comer até à inexistência de não seres. Ficares gravado na memória com esse teu olhar relaxado de quem dorme um sono eterno. Gostava que um pássaro me trouxesse os céus em alegria pelo teu retorno. Que sonho...
Um desenho se transforma mesmo nos meus olhos baixos, quando peço a Deus que tudo isto seja mentira... Como queria que tudo fosse mentira...
Traz de volta o rebento em flor que foi arrancado pela estupidez que rege a humanidade!
São lágrimas que me inundam a alma e me afogam num sufoco que não pára, em algo que não tem fim, que o tempo não cura. Para sempre ficará a fotografia animada de quando brincavas, e a fotografia morta do cortejo fúnebre do teu fim... o Triúnfo do Inferno!

1 comentário:

Beno disse...

A este texto não consigo acrescentar nada. Emocionou-me.
É o meu favorito.